Dia de Ação de Graças: o primeiro contato amistoso entre colonos e ingleses.

Vamos falar um pouco da convivência social nas Treze Colônias e como funciona sua administração e sua economia. Elas são territorialmente divididas em: 

- Colônias do norte: Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e Connecticut.
- Colônias centrais: New York*, Pennsylvania, New Jersey e Delaware.
- Colônias do sul: Maryland, Virginia, North Caroline, South Caroline e Georgia.

                          COLÔNIAS DO NORTE E DO CENTRO                                                      
As colônias do norte e do centro são colonizadas de um modo diferente das do sul. Como o clima e o solo do norte não são propícios para a agricultura extensiva que é praticada no sul e a pouca interferência da Metrópole em como a população nortista deve proceder favorece a liberdade para que os colonos optem pelo que acham mais adequado ao local e aos seus interesses. O mais comum no norte e no centro é a predominância da caça, pesca e exploração de madeiras, que são utilizadas em embarcações ou comercializadas diretamente às outras partes da América inglesa. A caça e a pesca rendem gorduras e carnes para o mercado interno e peles para o mercado externo. 

O norte e o centro dividem-se, em sua maioria, nas propriedades policultoras que servem para o sustento das famílias que fazem suas culturas privadas, ou seja, para sua subsistência. O plantio é, maioritariamente, de frutas e grãos trazidos da Europa, tais como: maçã, pêssego, trigo e cevada. Alguns alimentos de origem americana são incorporados à dieta das famílias puritanas. A pecuária consiste na criação de gado bovino e ovelhas. O que excede da produção rural é escoado para o ambiente urbano. Por exemplo, se uma propriedade rural tem excedentes de lã, essa mesma é enviada para as cidades para ser manufaturada pela mão de obra de cidadãos livres, assalariados e com conhecimento do processo produtivo. Outra importante fonte econômica para as Treze Colônias é o chamado comércio triangular. Consiste na aquisição de açúcar, melaço e rum em colônias do Caribe e na troca desses produtos por escravos na África. Esses escravos são trazidos para a América e são vendidos, ou às colônias caribenhas ou para o sul das Treze Colônias, formando um comércio América-Caribe-África.

COLÔNIAS DO SUL

Mesmo que as iniciativas de colonização não sejam governamentais mas particulares, as Treze Colônias devem contribuir com algum tributo para a Inglaterra. Esse papel é das colônias do sul, onde a economia é essencialmente agrária e exportadora. As cidades são um tanto desvalorizadas. As manufaturas e o comércio local são pouco expressivos. A base produtiva é monocultora e prevalece o sistema denominado plantation, peça fundamental do mercantilismo. Em 1619, se iniciara o processo de tráfico de escravos para a região. Isso abastece as fazendas e garante o aumento dos lucros dos proprietários. Embora esse tráfico seja realizado pelas colônias do norte e centro, dispondo para o sul esses escravos, há pouco contato econômico entre norte e centro e sul, em virtude de que o sul tem seu mercado voltado para a Europa e é organizado, sobretudo, por companhias comerciais inglesas, ao contrário do norte e centro. 

SOCIEDADE SULISTA

A estrutura é rígida e hierarquizada. Os proprietários rurais, nas colonias brasileiras chamados de senhores de engenho, tem poder político e definem as regras de sociabilidade. Entre essas regras estão os valores de origem católica trazidos do mundo europeu e a supremacia branca, estabelecida em virtude dos detentores do poder e da hegemonia política serem os próprios homens brancos, facilitando sua sobreposição sobre outros povos não brancos-europeus. Isso explica o racismo declarado que se enraiza no sul, a persistência do escravismo e as fortes restrições às ações do negro na sociedade sulista.

SOCIEDADE NORTISTA E CENTRISTA

A sociedade nas colônias do norte e do centro são mais amistosas, tanto entre si quanto com outros povos da região, pelo menos num primeiro momento, embora bancarem o tráfico de escravos africanos. Isso pode ser observado num momento muito importante da história estadunidense, o Dia de Ação de Graças (Thanksginving Day). É realizado pela primeira vez em 1621, em Plymouth. Após sucessivas péssimas colheitas e um inverno rigoroso, os colonos têm uma boa colheita de milho no verão do mesmo ano. O governador da vila, em homenagem a esse grande acontecimento, ordena um grande banquete ao ar livre, do qual participam ingleses e cerca de 90 nativos-americanos. É o primeiro contato amistoso entre esses dois povos, e, num primeiro momento, revela uma grande tolerância por parte das colônias do norte e do centro, em oposição ao caráter segregacionista, latifundiário e escravista das colônias do sul.

*A Colônia de New York foi originalmente território holandês, nomeada inicialmente de Nova Amsterdã (Nieuw Amsterdam). Somente em 1664 a ocupação holandesa passa para o domínio inglês.

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