A CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Primeira página da Constituição original de 1887.



Uma vez que já são independentes, os Estados Unidos buscam uma Constituição que possa conciliar um poder central, como o executivo, com o autonomismo de seus estados. A resposta bate à porta em 1787, quando o Congresso Continental aprova uma Constituição de caráter liberal e que supre essa questão política. Define um equilíbrio entre os Três Poderes e estabelece um princípio federalista que rege as relações entre os estados e sua autonomia perante o governo federal. Eis o motivo pelo qual cada estado dentro do território dos Estados Unidos tem uma espécie de "constituição própria". Por exemplo, se tu cometes um delito na Califórnia e tu foges para Nevada, a polícia californiana não pode, por lei, te caçar no território de Nevada. A polícia de Nevada assume o caso. Os estados funcionam como "mini-países", de um certo ponto de vista. No ano de 1789 foi aprovado o Bill of Rights, um conjunto de 10 emendas que garantem ao povo estadunidense, entre outras coisas, o direito à liberdade de expressão, de imprensa e de crença. A Constituição de 1787 vigora até hoje no país e já recebeu 27 emendas.

Bill of Rights

A GUERRA REVOLUCIONÁRIA ESTADUNIDENSE
(1775-1783)

Algumas cenas da batalha

A batalha começa! As milícias estadunidenses contra o melhor exército da época: o britânico. No entanto, os americanos têm várias vantagens sobre o inimigo: eles estão lutando a 5500 km de casa,  estão enfrentando carência de provisões, têm um comando desunido, comunicação lenta, e, além de estarem estrando em contato com um população potencialmente hostil, a falta de experiência em combater táticas de guerrilha, que são usadas pelas milícias estadunidenses, é muito grande. Os americanos possuem uma aliança com a França (firmada em 1778) que muda a natureza da guerra, apesar de os franceses estarem dando uma ajuda modesta.
Todavia, o lado agredido também sofre carências. Os colonos têm bastante força de vontade, mas ela é compensada por uma grande quantidade de interesses divergentes e por falta de organização. Das colônias do sul, só a Virginia toma uma frente decidida. Os habitantes do Canadá permanecem fiéis ao Reino Unido. Os voluntários do exército continental (armada dos Estados Unidos), têm prazo de alistamento que deve durar por um ano, mas volta e meia abandonam a luta contra os ingleses para cuidar de seus afazeres. Os oficiais do exército, geralmente estrangeiros, não estão suficientemente envolvidos envolvidos no conflito.

 RESUMO DA BATALHA
O curso da guerra organizado em duas fases a partir do ano de 1778. A primeira fase, ao norte, contém a captura da cidade de New York pelos ingleses, além da campanha realizada no Rio Hudson, com o objetivo de isolar a região da Nova Inglaterra (Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e Connecticut). Tudo isso culmina na derrota em Saratoga (vitória americana), e a captura da Filadélfia (britânicos abandonam a cidade para proteger New York, que está sob ameaça francesa) depois da vitória de Brandywine (triunfo dos ingleses).
A segunda fase desvia as atenções britânicas para o sul quando os mesmos percebem que nessa região há grande número de simpatizantes dos ingleses que podem ser recrutados para o seu exército. Após o abandono da Filadélfia (1778), Washington acampa em West Point, com o objetivo de ameaçar os quartéis-generais britânicos em New York. Após a vitória no Cerco de Charleston (1780) por Sir Henry Clinton (general britânico), Charles Cornwallis (oficial britânico) persegue em vão o exército estadunidense do sul, sob o comando de Nathanel Greene antes de seu próprio exército, exausto, render-se na cidade de Yorktown, na Virgínia, em outubro de 1781. Apesar das vitórias sucessivas, os ingleses não destroem os exércitos de Washington ou de Greene e não conseguem quebrar a resistência norte-americana. O que se sucede é o término efetivo das hostilidades. A paz é restabelecida novamente e, em 1783, é reconhecida a independência do novo país ( ainda constituído pelas mesmas Treze Colônias) pelo Tratado de Paris de 1783.
Típicos soldados estadunidenses.

A BANDEIRA DE BETSY ROSS

Betsy Ross mostra a bandeira ao General Washington.

Assim que declaram sua independência, os estadunidenses necessitam de uma bandeira para seu país. Esse feito é atribuído à Betsy Ross, nascida Elizabeth Griscom, mas não se tem certeza de que ela realmente  tenha elaborado a primeira bandeira dos Estados Unidos. Ela faz uma bandeira com 13 estrelas e 13 faixas, representando as Treze Colônias que compõe o país até o momento.  Dizem, inclusive, que o próprio George Washington foi até sua residência para dar uma olhada na bandeira. O fato é que a nova bandeira foi amplamente aceita e que representou, durante muitos anos, o povo estadunidense.

4 DE JULHO DE 1776

Os cidadãos estadunidenses derrubam a estátua de George III.

Esse é o dia em que a revolta das Treze Colônias culmina na ratificação e assinatura da Declaração de Independência do mais novo país da América: os Estados Unidos. O projeto original da carta é elaborado por Thomas Jefferson, que virá a ser o terceiro presidente de sua pátria. Ela é lida por George Washington, general e primeiro presidente dos Estados Unidos, na cidade de New York, para suas tropas e para os cidadãos. Assim que termina, os cidadãos derrubam uma grande estátua de George III, como consumação de sua emancipação.

O PRIMEIRO CONGRESSO CONTINENTAL (SETEMBRO DE 1774)

Congressistas votam pela independência das Treze Colônias.


O atrito entre ingleses e colonos está cada vez maior. Os habitantes das Treze Colônias estão realmente indignados com tudo o que os britânicos têm feito, e, por conta disso, os representantes do futuro povo estadunidense convocam o Primeiro Congresso Continental da Filadélfia. Ele pretende reunir, pela primeira vez, os representantes de as Treze Colônias para discutir sobre o futuro. Todas as colônias comparecem, com exceção da Georgia, que só comparecerá no Segundo Congresso Continental. Este encontro repudia totalmente os decretos expressos pelas Leis Intoleráveis, afirma os direitos dos moradores das colônias e procura avaliar, apesar de tudo, uma possível negociação com a Metrópole. Como resposta, a Inglaterra envia mais tropas à América. Em 1776, é convocado o Segundo Congresso Continental, com a presença de todas as colônias. É nesse encontro que é chegada à conclusão de que se tornou impossível negociar com os britânicos, e o movimento pela independência é defendido.

FESTA DO CHÁ DE BOSTON (16/12/1773)

Revolta: colonos atacando os navios da Companhia Inglesa das
 Índias Britânicas no Boston Tea Party.


A nova lei decretada pelo Parlamento na Inglaterra gera muito furor nas suas colônias, principalmente nas Treze, especificamente na cidade de Boston, onde ocorre um dos momentos mais importantes e marcantes da história estadunidense: a chamada Festa do Chá de Boston (Boston Tea Party). Indignados com a Lei do Chá, vários colonos, liderados por John Hancock (que vem a se tornar governador nas Treze Colônias) se disfarçam de nativos-americanos e atacam, em 16 de Dezembro de 1773, navios da Companhia Inglesa das Índias Orientais, ancorados na capital de Massachusetts, e lançam ao mar as sua mercadorias, principalmente as de chá. Como resposta ao ato, a Coroa inglesa adota um conjunto de medidas que ficam conhecidas como as Leis Intoleráveis. Os britânicos ocupam militarmente a Colônia de Massachusetts, fecham o porto e declaram que a única condição para que o liberem seja de que os colonos ressarçam o que destruíram.
LEI DO CHÁ (1773)

Charge mostrando um homem tomando
conhecimento 

Durante o reinado de George III é promulgada a Lei do Chá de 1773. Ora, os ingleses sabem que esse produto é muito consumido nas Treze Colônias e também sabe como isso pode encher os bancos da Inglaterra de dinheiro. O chá inglês é produzido na Companhia das Índias Orientais. O Parlamento, notando isso, determina que o fornecimento de chá para suas colônias só pode ser feito por essa companhia. A Coroa inglesa acha que estava cada vez mais enquadrando os seus domínios ultramarinos nas regras do exclusivo comércio metropolitano, mas em verdade, só estão precipitando o movimento pela emancipação das Treze Colônias.
LEIS TOWNSHEND (1767)

Charles Townshend


Essas leis levam esse nome por causa do homem que as propôs, Charles Townshend. Definem tributos e formas de controle de vários produtos, sendo os mais significativos o papel, chá, vidro, a tinta e o chumbo. As Leis Townshend são recebidas com resistência nas colônias, o que leva à ocupação de Boston por tropas britânicas em 1768 e resulta no massacre de Boston de 1770. Atento a isso, o Parlamento inglês começa a considerar uma moção para revogar parcialmente as Leis Townshend. A maioria dos novos impostos são revogados, mas o imposto sobre o chá é mantido.
LEI DO SELO (1765)

O dito cujo.



É posta em vigor durante o reinado de George III, e determina que cartas, jornais, folhetos ou qualquer outro tipo de impresso só possam circular em território da Coroa inglesa caso tenham um selo especial, que só pode ser expedido e vendido pela própria Metrópole. Obviamente, como os selos só podem ser adquiridos de agentes ingleses, o dinheiro gasto neles é revertido para a Inglaterra. O rei justifica essa lei argumentando que, com a Guerra dos Sete Anos (travada contra a França), o Tesouro Inglês se encontra esgotado e os colonos devem ajudar a pagar as dívidas, contraídas também a favor dos interesses deles.
LEI DA RECEITA OU DO AÇÚCAR (1764)

Plantação de cana de açúcar.


Essa lei, implantada por George III, sucessor de George II, substitui a Lei do Melaço, reduzindo pela metade os impostos sobre este produto (agora custando 3 pence), no entanto, estabelece impostos adicionais principalmente para o açúcar, mas também para o café, vinho, têxteis, madeiras e produtos de luxo. Os impostos devem ser cobrados pelo açúcar que não seja importado das Antilhas inglesas. A Coroa quer incentivar suas colônias a consumir o açúcar que vem diretamente da produção inglesa. Não passa de mais uma ação para estreitar o comércio entre Metrópole e Colônia.